Gilberto Ramos: Best In Show do Groom Brasil 2022

Foto: Valesca Breim/@VBreim_fotos

Groomer compete desde 2017 e esse ano leva o prêmio máximo do concurso, na categoria Professional

Após 2 anos sem poder competir, Gilberto Ramos leva para casa mais um prêmio, o de Best in Show (BIS) da categoria Professional no Groom Brasil 2022. Natural de Ibicuí-BA, Gilberto é dono do Salão Safira’s Pet Grooming, localizado na Rua Santo Egídio, 114, em Santa Terezinha, Zona Norte de São Paulo-SP, desde 2007 e foi em 2017 que entrou no mundo das competições. Desde então tem se destacado e conquistado alguns pódios importantes, como o da Tosa Comercial, em 2019, no Groom Brasil, sendo, inclusive, capa de uma edição da raça naquele ano. A seguir, confira bate-papo que tivemos com ele.

Revista Groom Brasil: Quais as raças que mais gosta de trabalhar no dia a dia e em show?

Gilberto Ramos: No meu salão trabalho com todas as raças, seja pelo liso, fluffly ou pelo crespo (duro). Para mim todas as raças são boas de trabalhar, só depende de condicionamento.

As raças que mais vêm no meu banho e tosa são Golden, Poodle, Spitz Alemão, Shih Tzu, Maltês e Yorkshire. Mas em competição, em show, gosto de competir com Poodle, Bichon Frisé e Spitz Alemão.

Capa de Gilberto Ramos na revista Groom Brasil de 2019, quando ele foi campeão na categoria Tosa Comercial – Foto: Josiane Melo

Revista Groom Brasil: Quais foram seus principais títulos?

Gilberto: Em 2018 e 2019 estive nos melhores pódios do Brasil entre eles, o Groom Brasil, ganhando Troféu Groomer Star e Tosa Comercial; na Copa Pomerânia, em Minas Gerais, fui BIS; também fui BIS Absoluto no campeonato da União Cinológica Brasileira por duas vezes; Na Espanha, na Mundial da Alianz, já conquistei BIS – 1º lugar na categoria Poodle, 2º lugar em Pomerânia (Scissoring) e 3º lugar com Poodle. São 43 títulos no Brasil e três fora do Brasil.

Revista Groom Brasil: O que representa para você ser o Best in Show do Groom Brasil em 2022? Esperava por esse título?

Gilberto: Para mim o Groom Brasil é muito importante para todos nós, groomers, pois ele não te dá somente um título, ele continua te ajudando durante o ano todo, com publicidade, revista e tem um marketing com o resultado da competição.

Para mim é fantástico retornar a competir no Groom Brasil depois de um tempo parado por conta da pandemia. Queria muito ganhar esse título, me preparei desde 2019, quando venci o troféu Groomer Star por não ter conseguido enviar as fotos há tempo, senão acredito que teria ganhado o Best in Show já naquele ano. Vou continuar me preparando porque quero ganhar outros títulos no Groom Brasil, no ranking, em Scissoring, Pomerânia e tentar ganhar de novo com o Poodle quando puder competir novamente nessa categoria.

Revista Groom Brasil: Como se preparou e preparou o cão para essa competição?

Gilberto: Preparar um cão para as competições é sempre um desafio para cada profissional e cada técnica que cada um tem. Antes de tudo precisa ter um cão bom de pelo, bem tratado, bem condicionado, que coma uma boa ração, o ambiente onde o cão vive também é superimportante para o desempenho de um bom pelo. Passo o ano todo dando um bom banho e preparando o pelo dos meus cães de competição de forma regular. Quando se tem técnica, carinho e amor pela raça um groomer sempre fará um bom trabalho. Trabalhar com Poodle é minha paixão então é prazeroso realizar qualquer tipo de trabalho com a raça, seja um ou dois anos de preparação não importa, será sempre um sucesso. Minha paixão pelo Poodle me fez treinar incansavelmente o trimming dessa raça. Esse título é resultado de muito esforço e trabalho, além de ser um sonho realizado.

Revista Groom Brasil: Está há quantos anos no mundo da tosa e por que decidiu se tornar tosador? Tinha alguma outra profissão antes? 

Gilberto: Trabalho há 22 anos com banho e tosa e amo, me realizo, tanto emocional como financeiramente. Hoje atuo mais como groomer referência de algumas marcas, o que me faz ter mais paixão pelo segmento pet. Meu maior desafio é trabalhar para melhorar o crescimento da indústria de grooming no país. O que eu puder fazer para corroborar e apoiar todo o trabalho que envolve a nossa categoria me esforçarei ao máximo, pois quero ver o Brasil se destacar muito mais com o trabalho de grooming e competição.

Antes de ser groomer eu já trabalhei com vendas, em ruas e com fazenda, quando vivia no Nordeste, onde já trabalhava com cães na roça. Trabalhava com 22 cães lá. Ou seja, sempre fui envolvido com cães.

Revista Groom Brasil: Que conselhos você dá ao groomer que quer competir, mas tem receio, medo ou acha que não vale a pena participar de campeonatos?

Gilberto: Vale muito a pena competir, é só começar que você vai pegando gosto. Lá atrás, quando eu não queria competir, um dia alguém falou para mim: “você é um excelente tosador, faz um grande trabalho, tosa muito bem, mas se ficar escondido dentro de um banho e tosa o mundo nunca vai conhecer o seu trabalho. Precisa dar a cara a tapa, se desafiar, deixar que as pessoas julguem seu trabalho, não só seus clientes, mas que o mundo julgue seu trabalho.” Por isso comecei a competir em 2017 e agora tenho muita sede de conquistar o mundo, competindo nos EUA, Américas e Europa. Quero continuar prospectando e competir muito lá fora. Quero atravessar as fronteiras e ganhar muitos títulos internacionais. Esse é o meu propósito.

Cada passo que eu conquisto dentro de qualquer competição é um obstáculo e um desafio que venço. Não é fácil ganhar títulos, precisa trabalhar muito para isso. Se fosse fácil todo mundo ganhava. Sempre falo que eu não sou bom, mas eu treino muito no cão que eu quero trabalhar, sabendo toda estrutura, dinâmica do cachorro, o que ele tem e não tem de qualidade, assim, consigo fazer correções na sua estrutura, sempre encaixando as linhas de cada raça.

Quero alcançar pelo menos umas 300 medalhas de ouro. Por isso trabalho muito, às vezes 1 hora da manhã estou preparando um cão, tenho bastante parceria com canis das raças que eu trabalho e assim consigo, em cada cão, aplicar um desafio. Seja no tempo, na textura do pelo ou no desempenho do cão. Então, meu conselho é: escolha o cão que goste da pelagem que vai trabalhar e treine muito em cima desse cão.

Revista Groom Brasil: E para o groomer que já compete há algum tempo e ainda não obteve resultado em competições, o que aconselha?

Gilberto: Não desista. Eu nunca pensei em desistir, não teve uma vez que eu pensei em desistir por ter perdido um campeonato. Vou em todas as competições do Brasil, tenho 12 cães que preparo para que isso seja possível e estou sempre preparado psicologicamente para ganhar ou perder.


Por

Samia Malas